domingo, 4 de setembro de 2011

continuação...

Dentre as medidas restritivas , destacou-se o Alvará de 1785, quye proibiu o funcionamento de manufaturas no território colonial ( com excessão dos texidos grosseiros, destinados ao vestuário dos escravos e usado para enfardar e empacotar ). Essa imposição da metrópole paralisou a produção mineira e obrigou os colonos a importarem tudo que consumiam, agravando a crise na região.
A situação atingiu o auge em 1788, quando chegou o novo governador da Capitania, o Visconde de Barbacena, com ordens da Coroa para aplicar a derrama ( cobrança dos quintos em atraso ). A possibilidade de aplicação da tal medida afetou toda a população. O clima de tensão estava relacionado á natureza da derrama, explicada pela historiadora Carla Maria Junho Anastasia.
A essa conjuntura somou-se a presença, em Minas Gerais, de indivíduos com formação nas universidades européias, que discutiam as idéias dos representantes do iluminismo, como Voltaire e Rousseau, e, em especial, as condições que tinham levado à Declaração de Independência das colônias inglesas em 1776.
Em sua maioria, os conspiradores não eram pobres nem pertenciam à massa da população. Ao contrário, integravam a elite colonial. Do grupo perticipavam mineradores, fazendeiros, padres, funcionários públicos, advogados e militares de alta patente . Dentre eles destacaram-se: o jurista Cláudio Manuel da Costa, que ganhou notoriedade por sua produção poética; o também poeta Inácio de Alvarenga Peixoto; Tomás Antônio Gonzaga, autor das Cartas Chilenas e dos célebres poemas da obra Marília de Dirceu; José Álvares de Macie, que retornara da Europa, onde estivera estudando, inflamado pelos ideais de Voltaire e de Rosseau; e ainda José Rezende Costa, Luiz Vás de Toledo Piza, Francisco Antônio de Oliveira Lopes, Domingos de Abreu Vieira, Francisco de Paula Freire de Andrade; e os padres Luis Vieira da Silva, José da Silva e Oliveira Rolim, Carlos Correia de Toledo e Melo, Manuel Rodrigues da Costa e José Lopes de Oliveira . Todos deviam altas somas ao erário português.